Foi com esta frase que Eunice Kennedy Shriver deu início aos primeiros jogos internacionais da Special Olympics em Soldiers Field, Chicago, EUA, 1968. O conceito da Special Olympics nasceu na década de 60 quando Eunice Kennedy Shriver começou a realizar encontros no jardim de sua residência para que pessoas com diferentes capacidades intelectuais praticassem esportes.
A Special Olympics é um movimento global sem fins econômicos, que por meio de treinamento esportivo e competições de qualidade, melhora a vida de pessoas com diferentes capacidades intelectuais e, consequentemente, a vida de todas as pessoas que a cercam.
Assim, é um movimento centrado no atleta, focado na família e conduzido por voluntários.
Tem como missão proporcionar treinamento e competições esportivas durante todo o ano em diversas modalidades olímpicas, dando oportunidade para que desenvolvam suas aptidões físicas, demonstrem coragem, tenham momentos alegres e compartilhem seus valores, habilidades e companheirismo com suas famílias, outros atletas da Special Olympics e a comunidade em geral.
A filosofia deste movimento é dar oportunidade a todos os atletas, independente do nível de habilidade.
Lars Grael, embaixador da Special Olympics Brasil
No cenário Olímpico, o Judô foi inserido no programa competitivo para homens em Tóquio (1964) e mulheres como demonstração em Seul (1988), mas oficialmente como prova em Barcelona (1992). Já nos Jogos Paraolímpicos, foi inserido para homens em Seul (1988) e mulheres em Atenas (2004). No caso deste último evento, a modalidade é praticada somente por pessoas com deficiência visual.
No Judô da Special Olympics, os atletas estão agrupados de acordo com seus níveis de habilidades e não somente por peso e sexo, como nos casos do Judô Olímpico e Paraolímpico.
Em alguns casos são montadas categorias combinadas entre pesos próximos quando há um número reduzido de atletas em competição. Para 2014, iniciar-se-ão as divisões por classes etárias: Infanto-Juvenil (06 a 13 anos), Juvenil-Junior (+14 a -21 anos), Senior-Master (+21 anos) estimulando a equidade esportiva no caso da competição. No entanto, quando se trata de festivais não há separações entre idade, gênero ou peso. A principal diferença entre o Judô deste segmento e a modalidade no âmbito paraolímpico ou olímpico é que não são permitidas as técnicas de sacrifício, estrangulamentos ou chaves-de-braço, retiradas por questões de segurança à saúde dos atletas da Special Olympics.
Outra novidade são as competições por equipes combinadas em que há a disputa em 5 categorias de peso, conforme o regulamento da IJF (Federação Internacional de Judô). Todavia, quando o país, cidade ou clube não tiver o número total de atletas é permitida a composição de atletas de outras equipes ao time que participará da competição.
A partir da luta em pé, de joelhos ou no solo, fazendo uso das técnicas do esporte, atletas usando o Judogi (também conhecido por kimono no Brasil ou roupa de Judô), fazem do combate corporal uma relação entre atleta versus companheiro, visto que a figura do adversário é substituída pela imagem do parceiro de treino ou competição. As técnicas do go-kyo são preconizadas para o ensino, assim como as imobilizações. Para graduados, contudo, é possível o ensino das demais técnicas, porém estas não são permitidas para a competição.
As técnicas de sacrifício, estrangulamento, chaves-de-braço não são permitidas, assim como ações de projeção que partam da posição de joelhos, como o seoi-nage ajoelhado. As regras são adaptadas da IJF, com ajustes específicos referente à mudança do tempo, posicionamento verbal do árbitro e outras pequenas adaptações para permitir uma melhor participação do atleta. A questão da disciplina, respeito, organização, hierarquia, entre outros valores, fazem parte da conduta diária do esporte que não diferencia nada e ninguém, apenas proporciona uma prática igual para todos.
Atletas em cada esporte e eventos são agrupados por idade, sexo e habilidade, de modo a proporcionar uma chance razoável de ganhar. Na Special Olympics não há Recordes Mundiais, pois cada atleta, seja o mais rápido ou mais lento da divisão é valorizado e reconhecido da mesma forma. Em cada divisão, todos os atletas receberão um prêmio em forma de medalhas.
No Judô premia-se com medalhas de ouro o primeiro colocado, prata o segundo colocado e bronzes para os dois terceiros lugares. Porém, para os quintos lugares em diante, premia-se com medalhas de participação. Essa ideia de agrupamentos por habilidades semelhantes é a base para a competição da Special Olympics e se torna viável pelo Divisioning (treino de classificação), onde é possível observar a motricidade individual global e específica sobre os gestos motores do Judô e os padrões de composição física de cada participante. A equidade competitiva pode ser testemunhada em todos os eventos da Special Olympics, seja em atividades aquáticas, atletismo, tênis de mesa, futebol, esqui ou ginástica. Todos os atletas recebem a mesma oportunidade de participar, se apresentar e ser reconhecido por fazer o seu melhor por seus companheiros, familiares, amigos e fãs.